Kant - LasombraNascimento:Kant nasceu na pacata e bucólica cidade de Bhrom, no médio vale, em pleno inverno do dia 12...de 1910. O menino de Brhons, que se criara entre médicos e hospitais, descendia de uma dinastia de notáveis da Medicina. No entanto, não era esta sua vocação. Fugia do avental alvo. Seus dedos e suas mãos não se prestavam a segurar o bisturi. Perdia a Medicina, mas a Filosofia, o Direito e o Humanismo viam nascer aquele que passaria para a história como o mais completo intelectual de sua época, projetando sua influência no mundo inteiro, notadamente na Itália.
Kant não descansa. Termina o curso de Direito, em 1934, na Faculdade de Direito de Berlim, nas Arcadas famosas, por onde passaram os mais notáveis e importantes homens e mulheres que contribuíram com seu talento e inteligência para o engrandecimento do País, sendo ele um dos que marcariam o Século XX como dos mais fulgurantes filósofos e humanistas. Até o último instante de vida, trabalhou e escreveu sem cessar, jamais se apartando dos problemas e das questões transcendentais. Participou de todos os movimentos políticos, sociais, culturais e filosóficos. Nunca temeu tomar posições por mais polêmicas que fossem, daí sua singularidade.
O Abraço:No ano de 1954, é convidado para uma palestra na cidade de (xxx). O código alemão sofreria alterações e sua presença era indispensável. O código reformulava os direitos humanos que haviam se perdido devido a guerra. As votações seriam demoradas, por tal motivo, manteve morada em Berlim durante aquele ano. Conheceu Hans Kotze, famoso juiz local. Homem que convidou-o para jantar inúmeras vezes, e para discutir com seus escritos. Kotze era homem um extremamente conservador, ou pelo menos assim se mostrava perante o circulo acadêmico. Muitas de suas opiniões divergiam com as de Kant a ponto de leva-las como utópicas. Mas considerava o conhecimento e o olhar visionário de Kant como atemporais. De fato, Kant apreciava a estadia com o Juiz, fato que recorreu uma brecha para algo que mudaria sua vida.
Uma semana após aprovação do novo código, Kotze visitou Kant. Desejava parabenizar-lhe pelo trabalho e para levar-lhe documentos que prescindiam a publicação original. O Juiz foi recebido com espanto, mas cordialmente. Kant, apressado por voltar a sua cidade natal, onde lecionava, foi pego de surpresa ainda arrumando as malas. Conversaram por algumas horas. O entardecer começava a incomodar Kant, que sutilmente insinuava a dispensa do Juiz. O encontro havia sido fatal. Não demorou para que toda a impaciência de Kant se tornasse horror. A conversa se silenciara com a dor e o sangue derramado. Os olhos vermelhos do Juiz foram suas ultimas lembranças da vida mortal, até desfalecer e acordar num local totalmente desconhecido.
O Despertar:Os olhos abriram lentos, o corpo estava pesado, os sons disformes. Sentia-se como no deserto. Uma miscelânea de calor e sede. Não demorou para serem saciadas. Um gole derramado garganta abaixo, um forte puxão de cabelo. Um novo sabor para uma nova etapa de sua vida. Passaram-se semanas, meses, até acostumar-se com tudo aquilo. Nesse meio tempo foi descobrindo o sentido de tudo aquilo. Kotze não era mais u simples Juiz, mas sim um sacerdote renomado dum grupo chamado Sabbath. O local que antes era desconhecido, serviu-lhe de acomodação por um bom tempo. Logo lhe era conveniente conhecer as reuniões que ali eram feitas. Não participava de muitas, mas sabia de seus conteúdos.
Ao se agrupar ao novo círculo, percebeu o porquê havia sido escolhido. Pessoas eram influentes, poder, domínio eram essenciais, e isso não se fazia apenas com força bruta. Fazia-se também com pessoas belas, homens de poder, mentes visionárias. Era dificil aceitar, cada noite como uma página a mais de uma eternidade. Ser eterno, mas privado pela metade de uma vida. Lhe tiraram o sabor, o sol, o amor... Lutou tanto pelos direito humanos,até chegar o ponto de perceber o quão pouco lhe restava de humano. O tempo o mudaria dizia Kotze, era isso que espera Kant, pois tempo lhe sobrava de muito.
Kotze dizia a verdade, sem perceber, o tempo lhe passou como o vento. Foram poucas noites mortais, que lhe pareceram anos. precisava aceitar que o mundo não lhe comprimia mais a poucos anos. Afinal, Kotze não fizera mal escolha. Era seu pensamento visionário que o atraía, e Kotze moldava isso a cada noite.